Zé, tudo jóia?
Comigo tá 100% (considere a margem de erro de 98%)!
Calma, não deixei de ser otimista não, apenas quis tentar fazer uma piadex. Não sou bom disso não, eu sei Zé, mas não precisa esculachar né?
Olha, vou contar uma rápida historinha, só pra contextualizar nossa conversa, tá? Você aguenta? Ok, bora lá...
Fim de semana passado peguei meu carro as 06h da manhã de sábado e andei 260km pros interiorzão desse mundão velho sem porteira sô. Sabe pra que Zé? Fui conhecer uma pessoa.
Pois é meu amigo. Com quase 3 milhões de pessoas em Belo Horizonte, fui parar onde Judas perdeu as meias (pois as botas ele perdeu bem antes), pra conhecer uma pessoa. Agora sim que você vai ter certeza que eu tenho um parafuso a menos, né? Pois é, acho que já nasci sem.
Mas Zé, eu fui em busca de algo que acreditei ser bom pra mim. Conheci virtualmente essa pessoa uma semana antes desse encontro (que loucura, hein?), e fui ao encontro dela. Calma, mas a loucura ainda não acabou não.
Muita gente se deprime por que não se preocupa consigo mesmo. Zé, é simples: você faz algumas coisas, que todos julgam "normal", mas que na realidade não atende aos seus reais anseios, understand? (Sim, understand é a única coisa que sei falar em inglês).
Vou ser mais claro, na nossa sociedade tudo é convencionado. Todos os processos andam de acordo com o que todos decidiram ser aceitável socialmente. Para aquelas muito "críticas", existem até as legislações formais. Pras outras "nem tão críticas", existem os códigos de conduta intrínsecos às culturas.
Zé, você tem percebido o quanto os consultórios dos psiquiatras e psicólogos estão atualmente? Essa sociedade individualista e consumista (bens, beleza, et all.) nos força a fazer coisas, a querer coisas, que nem sempre é o que realmente queremos/precisamos.
Voltando as "vacas gordas" Zé, eu decidi fazer tal coisa porque eu senti que ia ser bom pra mim. Mesmo que fosse um "fracasso", só o fato de eu ir atrás de algo que eu julgava que queria, já me fazia sentir bem. Fazia eu sentir gostando ainda mais de mim.
Mudando um pouquinho esse assunto e apresentando mais uma "loucura" pra você, Zé: esse lance de cronologia pouco importa pra mim, mas pro senso comum não. Ela, a pessoa que eu fui conhecer, é nove anos mais nova que eu.
Calma Zé, amigo, amigo, calminha, sou amigo... Eu tenho 27 anos, então faça a conta aí, tá?
Não quero muito entrar no mérito da maturidade, mas ressalto que pra eu ter feito tal coisa, é porque identifiquei alí algo muuuuuuito diferente também nesse aspecto.
Independente da maturidade adquirida, eu percebi algo muito importante: você pode ser a pessoa mais madura do mundo, ter passado por poucas e boas, ter aprendido muito, mas algumas coisas SEMPRE SERÃO inerentes à sua idade. Não tem como fugir disso, meu amigo.
Pois é. Apenas pra não te deixar na curiosidade Zé, apesar de ter sido um fim de semana muito bom, não estamos mais juntos, ok?
Levo grandes experiências dessa minha loucura. Grandes meeeeesmo! Mas a maior delas é a que, se Deus me permitir, não quero deixar de ser "louco" jamais na minha vida.
Zé me despeço de você mas deixo uma canção linda dos "Mutantes", que vai acrescentar muito nessa nossa prosa.
Abração pra você meu amigo!
Inté, Zé!
Balada Do Louco
Composição: Arnaldo Baptista / Rita Lee
Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz